segunda-feira, junho 13, 2011

Jornal O SETUBALENSE

O jornal O Setubalense, é o jornal da minha cidade e também o jornal mais antigo de Portugal, todas as segundas feiras tenho um artigo de opinião sobre o meu tema preferido, a horticultura em particular a horticultura familiar, quero contribuir para alertar para o interesse de produzirmos os nossos próprios alimentos, protegermos o nosso património, termos mais segurança alimentar e ter uma maior consciência ecológica, o nosso próprio futuro disso depende.





SECÇÃO: Rubrica
A horta familiar


Pepinos cornichons e batata-doce
Cada vez mais a pressão se faz sentir quanto à definição de alimentos seguros. Em que condições? Frescos? Cozinhados? Em casa? No restaurante? Claro que podemos confiar na alimentação que temos à disposição, embora não possamos deixar de estar atentos.
As hortas familiares são capitais na manutenção dessa confiança, o contacto com a produção dos alimentos reforça a relação que temos que ter com as plantas para tirarmos delas o melhor.
Muitas vezes esquecemo-nos de respeitar a natureza e o preço a pagar revela-se elevado. Uma horta equilibrada é uma diversidade de fauna e flora, muitos insectos e microorganismos diversos dos quais alguns podem ser perigosos para o Homem. As regras básicas de higiene devem ser respeitadas e todo o processo ser conduzido com humildade, as nossas hortas são seguras, temos que mantê-las e respeitá-las.
Desde Abril que como pepinos da minha horta, das três variedades que cultivo; os cornichons são pepinos miniatura que se conservam em vinagre como os pickles, colocados em sal grosso 24 horas para lhes retirar a água, depois de escaldados devem ser colocados dentro de um frasco com ervas aromáticas (estragão, orégãos), dois dentes de alho e coberto de vinagre, esterilizados 10 minutos, prontos a consumir ao fim de três meses, utilizam-se como os pickles.
“Salvou-me da fome”, foi o que me disse o meu pai quando lhe pedi para falar da batata-doce, pois ele é do Carvalhal, onde aquela cultura domina. Muitos horticultores desistem porque não conseguem fazer crescer os tubérculos, a batata-doce é uma planta tropical, originária dos Andes, gosta do Verão longo, de noites quentes e da terra bem estrumada.
A plantação deve-se fazer num combro de aproximadamente 20 cm de altura e a raiz das plantinhas previamente germinadas a partir das batatas, dobrada na ponta, mais ou menos 2 cm e enterrada de 5 a 8 cm, bem regada no início do desenvolvimento das plantas, deve ser apenas regada quando tem sede para um bom desenvolvimento dos tubérculos e, se possível, de manhã para não arrefecer a terra ao cair da noite.
Muito importante: não deixar as guias enraizarem ao solo pois impede o desenvolvimento das batatas. Há cerca de seiscentas variedades que vão desde a polpa branca a amarela e a cor da pele de amarela a roxo, quanto mais roxa mais antioxidantes tem em particular a zona roxa da batata-doce é o alimento com mais antioxidantes, que age sobre o envelhecimento das células.
A batata-doce presta-se para doçaria diversa, mas também serve para fazer compotas e sopas e pode ser cozida, frita ou assada.
Para manter a minha produção completamente orgânica e livre de produtos químicos, guardo todos os anos as batatas para produzir as podas que necessito, nada melhor que fornecer ao nosso lar de produtos hortícolas completamente seguros, saudáveis e ecológicos.

Email: hortafamiliar@sapo.pt
Por: Cláudio Gonçalves




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